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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Os ônibus de especialidades do Rato Filho



Faço aqui um exercício de matemática sobre os “ônibus de consultas de especialidades médicas” proposto (no primeiro turno) por um dos candidatos a prefeito de Curitiba como solução para a fila de consultas em especialidades.

A idéia é velha.

Na década de 60 do século passado, meu falecido pai atendia como médico em alguns municípios da RMC em um “consultório móvel” da extinta Fundação de Assistência ao Trabalhador Rural”.

A iniciativa foi extinta tornar-se obsoleta depois da expansão das redes municipais de saúde.

Passemos a dissecar a “idéia nova” do Rato Filho:

Apenas para raciocínio, tomando os parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde (a demanda em Curitiba é maior que isso).

Lembrar que em 2009 foi realizado um total de  10.226.052  procedimentos clínicos (incluindo outros atendimentos que não só consultas)

Considerando só consultas especializadas por habitante ano (conforme PT 1101/2002) Curitiba faria 1.221.000 consultas/ano

Ou seja 101.750 consultas/mês e 3391 consultas/dia. 

Considerando que consulta especializada tem uma duração de 20 minutos, teríamos 3 consultas/hora  x 8 horas/dia = 24 consultas/consultório/dia

Considerando 1 consultório por ônibus, precisaríamos de 141 ônibus para dar conta das necessidades. 

O custo de um ônibus novo gira em torno de R$ 250.000,00.  O que daria um total de R$ 35.250.000,00 (trinta e cinco milhões e duzentos e cinquenta mil reais) para adquirir os veículos.

Os equipamentos para montar os “consultórios volantes” custam em média uma vez e meia o preço do ônibus. Arredondando,  R$ 375.000,00 por ônibus, e um total de R$ 52.875.000,00 somente em equipamentos. 

Custo total só para adquirir os brinquedinhos: R$ 85.125.000,00 (oitenta e cinco milhões e cento e vinte e cinco mil reais).

Os valores de custeio de cada ônibus, com manutenção dos veículos, manutenção de equipamentos (que deterioram mais rapidamente devido ao trânsito urbano),  material de consumo e insumos médico-hospitalares, processos administrativos com marcação e agendamento de consultas, entre outros, FORA O PESSOAL, ficam em torno do custo de um ônibus equipado/ano. Ou seja, um custo de RS 625.000,00/ônibus/ano. O que corresponde a R$ 88.125.000,00 (oitenta e oito milhões cento e vinte e cinco mil reais) por ano.

Isto para atender apenas a demanda “normal” estimada, fora a demanda reprimida.

Conclusão: Continuo em minha cruzada procurando “novas idéias” no programa do Rato Filho. Ainda não encontrei nenhuma. 

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