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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Made in Hell: nasce a pior empresa do mundo



É a notícia mais assustadora do século. A Bayer, cuja antecesseora, a IG Farben, fabricava o Zyklon-B, o gás usado pelos nazistas nas câmaras que matavam judeus na Segunda Guerra, comprou a Monsanto, que produzia o Agente Laranja, químico usado na guerra do Vietnã, e que atualmente vende o pesticida mais usado (e criticado) da história do mundo, o glifosato (comercializado com o nome de Round-Up). Imediatamente após a notícia, memes se espalharam pela rede, inclusive no Brasil, criticando a fusão.

Não parece mesmo a união do demônio com o capeta? É como se a LexCorp de Lex Luthor se aliasse à Oscorp do Duende Verde. Ou a InGen de Jurassic Park se fundisse à Virtucon do Dr. Evil. Juntas, a Bayer e a Monsanto se tornarão a maior empresa do agronegócio do mundo. O que esperar dessa fusão? Inseticidas em forma de aspirina? Vacinas infantis com agrotóxicos? Milho que cura dor de cabeça? Novas armas “não-letais” para os policiais do mundo?


Só em 1995 a Bayer pediu desculpas publicamente por ter fabricado o gás para os fornos de Adolf Hitler e por ter utilizado judeus como escravos e cobaias humanas nas fábricas construídas ao lado dos campos de concentração durante a Segunda Guerra. O executivo alemão Fritz ter Meer, que dirigiu as operações em Auschwitz, chegou a ser condenado à prisão no tribunal de Nuremberg, mas retornou como presidente da Bayer AG em 1956.

A Monsanto, em parceria com a Dow Chemical, forneceu os 80 milhões de litros de Agente Laranja despejados sobre o Vietnã para destruir as plantações de arroz do inimigo e desfolhar a vegetação, entre 1965 e 1971. O pesticida é acusado de ter provocado câncer em milhares de vietnamitas e malformações em 150 mil crianças, mas as duas empresas já ganharam ou recorreram de várias sentenças judiciais condenando-as a pagar indenizações às vítimas. A Dow e a Monsanto só concordaram em pagar indenização aos soldados norte-americanos, em um acordo feito em 1984.

Em seu site oficial, a Monsanto nega sua responsabilidade nos efeitos do Agente Laranja sobre os vietnamitas, sul-coreanos ou quaisquer populações atingidas. Na época da guerra do Vietnã, o governo dos EUA e os produtores do pesticida também diziam que o Agente Laranja era inofensivo aos seres humanos, exatamente como fazem hoje com o glifosato, a despeito de uma agência da OMS (Organização Mundial de Saúde) ter comprovado seu potencial cancerígeno.

(Amanhã, o mundo!)

Imaginem agora estas duas empresas “do bem” juntas! No site Natural News, o ativista Mike Adams descreveu a compra da Monsanto pela Bayer com um título espalhafatoso porém verdadeiro: “Bayer, companhia química fundada por nazistas, compra a inspirada-por-satã Monsanto por 66 bilhões de dólares, uma perfeita dupla no inferno dos químicos.” O pré-candidato à presidência dos EUA e senador Bernie Sanders soltou uma nota qualificando a venda da Monsanto à Bayer como “uma ameaça a todos os americanos”. Que dirá o brasileiro, campeão mundial em consumo de agrotóxicos?

Os especialistas em negócios dizem que a Bayer talvez seja capaz de dar um gás (ops) à combalida Monsanto, cujas vendas de glifosato vêm caindo nos últimos anos. A expectativa é que agora, aliada à Bayer, a Monsanto produza uma nova série de sementes modificadas geneticamente e pesticidas ainda mais potentes. Sem esquecer que o poderoso lobby destas duas empresas sobre os políticos de direita do mundo duplicou. Que medo! Fujam para as montanhas (mas alguma onde só haja orgânicos).


Será que o governo ilegítimo do Brasil será o primeiro associado da nova dupla malévola? Afinal, Michel Temer sancionou uma lei que permite jogar inseticidas em cima da população. Só falta mesmo um golpista latino-americano para este enredo de filme B ficar ainda mais sinistro.

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